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Os estudos mostram que cada vez mais consumidores esperam que as marcas onde compram se preocupem com a sustentabilidade. No centro das preocupações dos clientes está o impacto ambiental dos negócios.
Contribuir para um futuro mais sustentável passa também pelo e-commerce, que tem vindo a crescer velozmente nos últimos anos. Se é verdade que comprar online traz inúmeras vantagens – produtos potencialmente mais baratos, entregas rápidas e devoluções ilimitadas -, há um enorme senão: o considerável impacto ambiental que lhe está associado.
São inúmeras as medidas que podem ser tomadas, das pequenas mudanças às alterações de grande monta, que permitirão reduzir a pegada ambiental e atuar de forma mais sustentável.
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Um dos responsáveis pela promoção da compra por impulso, que ajudou a quebrar algumas desconfianças em relação às compras à distância, foi a possibilidade de devolução. Sem poderem ver de perto o produto, os consumidores arriscam muitas vezes na aquisição porque sabem que, se não ficarem satisfeitos, podem devolver e reaver o seu dinheiro. Problema: o impacto ambiental é, claro está, enorme.
Estima-se que 1 em cada 5 produtos comprados online serão devolvidos. Sendo esta uma média, calcula-se que, na indústria da moda, por exemplo, possamos estar a falar de uma percentagem ainda maior.
Mas como conseguir um maior equilíbrio sem comprometer a adesão dos consumidores ao e-commerce? Uma das formas de o fazer é aperfeiçoar a transparência nas vendas online para que quem compra possa ter uma noção o mais fidedigna possível do produto a adquirir e tomar decisões informadas, através de medidas como o recurso a imagens e vídeos de alta resolução ou bons guias de tamanhos.
Algumas marcas têm também apostado, através da natureza dos produtos que comercializam e da sua manufatura, em bens com uma vida útil maior. Existem marcas que procuram também uma certa ‘educação’ do cliente para uma utilização mais responsável e para o conserto dos produtos em lugar da rápida substituição.
Mesmo num negócio que, por si só, existe graças à tecnologia, há espaço para tirar ainda maior partido da mesma e, dessa forma, conseguir ganhos ambientais. Uma das oportunidades para operar de forma mais sustentável está no recurso à tecnologia em cloud. O armazenamento em cloud permite que se possa optar pelo armazenamento de dados em servidores interligados entre si em lugar da utilização de um ‘data center’ local. Se, para além disso, se escolher fornecedores com preocupações ambientais ainda melhor.
Entre formas de embalar os produtos para o transporte e a pegada ambiental da realização das entregas, esta é sem dúvida uma das áreas em que a necessidade de práticas mais sustentáveis é maior. Sendo certo que dificilmente se consegue eliminar o impacto na totalidade, há muito que se pode, ainda assim, fazer.
As embalagens utilizadas para acondicionar os produtos podem ser de materiais reciclados (ou pelo menos recicláveis) e haver um esforço de redução de invólucros ao mínimo necessário para reduzir o desperdício. Os clientes do comércio eletrónico criticam cada vez mais o excesso de embalagens nas encomendas que recebem.
No transporte das encomendas, aumentar o número de encomendas por deslocação é uma das medidas positivas a tomar. Assim como tentar, se possível, escolher parceiros de entrega transportadoras com práticas o mais sustentáveis possíveis, nomeadamente os que já recorrem ao transporte elétrico.
A não ser que se trate de uma instituição sem fins lucrativos, uma empresa existe com um objetivo primordial, o de dar lucro e retorno a quem nela investiu. Operar de forma responsável é, mais do que nunca, imprescindível. Mas há que assegurar que tal é conciliável com as metas financeiras. De outra forma, rapidamente os planos de sustentabilidade definidos cairão por terra. Implementar políticas nesse sentido exige muito planeamento, sentido de compromisso, algum grau de disrupção com o passado e, não raras vezes, custos consideráveis. Ter essa consciência é fundamental.
Nem sempre é viável ou rápido conseguir desenvolver uma atividade comercial com impacto ‘zero’. Mas é possível incluir outras políticas que ajudem a compensar tal impacto. Apoiar projetos de energias renováveis ou iniciativas comunitárias na área da sustentabilidade são exemplos de medidas que podem ajudar a ‘equilibrar os pratos da balança’. Recorrer a um consultor na área pode ajudar nesse processo.
São inúmeras as vantagens de o fazer. Ganha o negócio (com a redução do tempo e custo do transporte), reduz-se o impacto ambiental e apoia-se os produtores locais. Em termos reputacionais, este tipo de política é igualmente vantajoso, uma vez que os consumidores valorizam cada vez mais não só as questões ambientais como este tipo de práticas.
A mudança faz-se passo a passo. Não é sensato nem vantajoso ter grandes ambições ou definir metas muito exigentes se depois o resultado implicar lograr as expectativas dos consumidores. Por melhores que sejam as intenções, mais vale ir devagar e estabelecer compromissos com o mercado que efetivamente a empresa tenha forma de alcançar. Por mais pequenas que pareçam, toda e qualquer meta tangível e alcançável é um passo no caminho certo, o de uma política de fazer negócios mais sustentável.
Quaisquer que sejam as práticas que entender adotar, procure comunicar apenas o que a empresa consegue efetivamente fazer. Marcas conhecidas, nomeadamente de roupa, já sofreram o revés de políticas de marketing que, com maior ou menor intencionalidade, aludiam a práticas sustentáveis que na prática não se verificavam.
Os consumidores são hoje muito mais atentos e exigentes e as interpretações precipitadas e os julgamentos virais na Internet são frequentes e, por isso, a transparência é, como sempre, uma das melhores conselheiras nos negócios.
Independentemente das medidas que fazem ou não sentido para a especificidade de cada negócio, mesmo as pequenas mudanças podem ter um impacto concreto e significativo. Operar de forma mais sustentável irá não só atrair clientes com preocupações semelhantes como é uma forma de fazer parte de uma mudança que sabemos ser hoje tão necessária.
2022-08-29
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